Em Lassitude (Elles), de 1896, Tolouse-Lautrec explora curvas e ângulos para criar um estado de ambiguidade entre movimento e repouso: o contorno difuso integra a personagem principal do quadro ao cenário, como se seu torpor a transformasse em mais um objeto num quarto anônimo, parcos detalhes; o que contrasta com a expressividade discreta de ângulos inclinados e contornos ora agudos (no nariz e queixo altivos, nas pontas dos dedos dos pés alongadas) ora sinuosos (nos cabelos que emendam com os lençóis, no travesseiro ausente que se faz visto por registro negativo).

“Henri Marie Raymond de Toulouse-Lautrec Monfa (Albi, 24 de Novembro de 1864Saint-André-du-Bois, 9 de Setembro de 1901) foi um pintor pós-impressionista e litógrafo francês, conhecido por pintar a vida boêmia de Paris do final do século XIX. Sendo ele mesmo um boêmio, faleceu precocemente aos 36 anos de sífilis e alcoolismo. Trabalhou por menos de vinte anos mas deixou um legado artístico importantíssimo, tanto no que se refere à qualidade e quantidade de suas obras, como também no que se refere à popularização e comercialização da arte. Toulouse-Lautrec revolucionou o design gráfico dos cartazes publicitários, ajudando a definir o estilo que seria posteriormente conhecido como Art Nouveau.”
extraído da Wikipedia, http://pt.wikipedia.org/wiki/Henri_de_Toulouse-Lautrec

Um dos atributos marcantes na obra de Tolouse-Lautrec são as curvas fluídas e as cores marcantes, que conferem tonalidades tidas como comezinhas a suas imagens (responsáveis por documentar o mundo frívolo e fascinante da Paris notívaga no final do século XIX). Basta comparar seus quadros mais conhecidos, como Salon de La Rue des Molins (1894) ou La Goulue arrivant au Moulin Rouge (1892) com A Monalisa (1503-7), para perceber as diferenças em termos de composição ou construção da(s) figura(s) protagonista(s). No quadro de Leonardo da Vinci, a personagem principal ocupa o centro ótico da composição, simetricamente sentada diante de um fundo onírico, com um pequena estrada que escorre ao fundo rumo ao canto esquerdo e à altura do centro geométrico do quadro. O espaço milimetricamente organizado e o equilíbro entre os detalhes que provocam algum movimento interno na imagem (a já citada estrada, em oposição ao tecido que cobre o ombro da personagem) provocam um sensação impecável de estabilidade, gerando o já conhecido efeito de onipresença do olhar da monalisa, que mira o público de forma constante. Nos quadros de Tolouse-Lautrec, as personagens estão deslocadas, mostram-se em poses relaxadas, às aparecem parcialmente no quadro, inaugurando um efeito de uso do espaço off (que é antecipa recursos do cinema e da fotografia ainda em gestação). Esta instabilidade não resulta em falta de equilíbrio da composição, mas sim em efeitos mais dinâmicos, que remetem ao ambiente agitado da boêmia urbana ali retratada.

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LHCOQ, de Marcel Duchamp

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Técnicas do Photoshop
Colagem de Duas Imagens
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