Talvez o nome do sistema operacional da Microsoft nunca tenha assumido um sentido tão particular quanto nos tempos que estamos vivendo. Windows. As janelas (físicas e virtuais) tornaram-se, de um dia para outro, o principal elo das pessoas com o mundo que as rodeia. Esse fato foi apontado em artigo recente de Giselle Beiguelman, na revista Select, onde ela afirma que “o confinamento dá vazão a novas formas de ativismo e a estéticas construídas através das janelas”. Se o texto de Beiguelman permite entender o aspecto público desse fenômeno, também existe um outro aspecto dessas estéticas do confinamento, que se dá em âmbito privado.

O timeline do aplicativo de compartilhamento de vídeo Tik Tok permite aferir de forma intuitiva como aumentou o tempo em que as pessoas parecem estar testando com o olhar os limites do que é possível enxergar através de suas janelas (em outras redes sociais, como o Instagram, também se tornou mais comum fotos através da janela, mas no Tik Tok o fenômeno é muito mais intenso). Apesar dos timelines desses aplicativos serem muito personalizados em função do interesse do usuário, acredito que seja razoável considerar essa amostra nada científica de um único caso, a partir de onde foi observado esse aumento do vídeo através da janela, um retrato do que provavelmente muitas outras pessoas também estão percebendo.

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