O mundo contemporâneo vem constituindo geografias mais fluídas e intrincadas, em que a presença não depende do deslocamento físico, mas da amplitude das redes que reconfiguram a trama de relações ao redor do globo. Esta novas configurações assumem as formas mais diversas e contraditórias, já que afetam dinâmicas díspares, apesar de interdepentendes. Não por acaso, trata-se um cenário que já foi criticado de forma veemente por resultar em um novo tipo de Império e celebrado de maneira entusiasmada por consolidar formas de inteligência coletiva capazes de estreitar diálogos e reduzir distâncias. Nem uma coisa, nem outra, o mundo em rede revela-se um ambiente complexo, em que é preciso gerir uma quantidade de impulsos e informações sem precedentes (com uma velocidade também inédita e pressões crescentes para garantir que esses processos aconteçam de forma sustentável). Nele, tudo é transmitido em tempo real, por meio de sistemas capazes de extrair informações de seu entorno, ou de ambientes e interfaces que são alimentados de forma coletiva e intermitente. Neste contexto, cabe perguntar: como aparelhos sem-fio e dispositivos portáteis mudam a forma como as pessoas circulam pelas cidades, ouvem música, se vestem e consomem? Como as redes cada vez mais dispersas e onipresentes mudam as linguagens, a cultura? Qual seu impacto na forma com que as pessoas trocam fotos, armazenar informações ou fazem amigos? O objetivo desta pesquisa é fazer um levantamento crítico de projetos de arte e design que permitam compreender os rumos deste mundo em rede, e desenvolver propostas experimentais que explorem seus desdobramentos.

alguns resultados

multitude e revolução global: a emergência de novas formas de protesto

mario ramiro: ambientes instaurativos e performances sonoras