Wilfred_LumiaThomas Wilfred e um de seus lumias: além de criar o Clavilux, o sintetatizador de luz pioneiro usado para fazer seus lightshows, o artista dinamarquês também desenvolveu equipamentos luminosos portáteis cuja finalidade era o uso doméstico.

O conceito de Live Cinema, ou Cinema ao Vivo, não pode ser entendido de forma literal. O nome poderia fazer supor uma irônica inversão da ideia de teatro filmado, que marcou algumas manifestações do primeiro cinema. Sequências em que a câmera ficava estática e as cenas é que “se moviam” diante das lentes. O palco configura este tipo de enquadramento em que os objetos em cena movimentam-se numa moldura estática. Mas o cinema ao vivo não é um teatro com elementos audiovisuais, tampouco um filme que se desenrola sem projeção diante do espectador. É mais o uso do palco como lugar de projeção em tempo real, uma forma expandida e híbrida de audiovisual. O termo é amplo, e se refere à vertentes do audiovisual contemporâneo em que a construção da narrativa é sincrônica aos acontecimentos que nela se desenrolam, seja de forma roteirizada ou a partir de improvisos.

O Live Cinema não se restringe a forma expandidas das narrativas cinematográficas convencionais. É um formato que explora novas formas de narrar que evoluíram a partir do cinema experimental, da videoarte e da performance. Por ser uma manifestação híbrida, o Live Cinema tem vários antecedentes, conforme o aspecto considerado: a dimensão do tempo real remete às experiências do cinema direto ou de filmes experimentais como Wavelenght, de Michael Snow; a ênfase na montagem de imagem e som dialoga com o cinema de Vertov, Eisenstein e das vanguardas históricas (dadaísmo, surrealismo, etc); o interesse pela sinestesia dá continuidade às pequisas com a Visual Music; o improviso e a corporeidade, às poéticas performáticas que surgem a partir do happening; o uso de música lembra experiência como Exploding Plastic Inevitable, de Andy Wahrol, e as intervenções do Joshua Light Show e do UFO Club nos espetáculos de música psicodélica; o uso de várias telas e a espacialização remete a filmes como Napoleon de Abel Gance e If 6 was 9, de Eija-Liisa Ahtila, assim como a experiências como Cortex e outras formas de cinema expandido; o improviso, os loops e remixes, dialogam com a cultura dos VJs que surgem nas pistas de dança, primeiro em Nova Iorque depois no mundo. Melhor que definir o Live Cinema é conhecer os principais exemplos destes antecedentes, e entender suas relações com as poéticas contemporâneas, o que será feito no início desta oficina.

ExplodingPlasticInevitableExploding Plastic Inevitable: as festas multimídia que derivam da proposta de intervenção com música, luzes e performances (concebida por Andy Warhol com o Velvet Underground) são um exemplo de manifestação que antecipa a cena de audiovisual em clubes noturnos, uma das vertentes importantes das experiências com imagem e som em tempo real.

Definição de Mia Makela, em http://www.miamakela.net/TEXT/context_interview.pdf

What is Live Cinema? Depending on how you set the boundaries, Live Cinema could be anything — from the visuals of the VJ in the club last night to sophisticated realtime performances based on complex interaction between musicians and visual artists at renowned festivals like Sónar in Barcelona. Generally it may be defined as “a recently coined term for realtime audiovisual performances”. But there is one difference: “VJing can be used to design video wallpapers, for fun or as a technical hobby amongst other possibilities. Besides the traditional VJing practice, which takes place in clubs and at parties, there are also creators whose approach to visuals is artistic and who work in the realm of Live Cinema.” (download pdf) Live Cinema has a long history. Maybe even the first shadow plays in ancient times could be seen as predecessors of this art form: there is a projector — the sun — and something that creates a shadow.

links:

Addictive TV
http://www.addictive.tv/videos

Anti VJ
https://vimeo.com/85212054

Anvil FX / Jolly Mods
http://anvilfx.bandcamp.com

D-Fuse
http://www.dfuse.com

Isadora / Troika Tronix 
http://troikatronix.com
http://www.youtube.com/user/troikatronix

GrowlBox
transformando sons capturados ao vivo em loops
http://nedrush.blogspot.co.uk/p/growlbox-by-ned-rush.html

MaxJitter / Cycling 74 
http://cycling74.com

Processing
http://www.processing.org

See this Sound 
http://www.see-this-sound.at

Resolume 
http://resolume.com

Thomas Wilfred, Godfather of the Modern Lightshow http://www.mediamachinations.com/sacreddestinations/thomas-wilfred-godfather-of-the-modern-lightshow/

Wu Project
http://cargocollective.com/juliamartinussi/Wu-Project


artistas / obras:

Oskar Fischinger: Early Abstractions

Conforme a Wikipedia, “Oskar Fischinger (22 de Junho de 1900 — 31 de Janeiro de 1967) foi um animador abstrato, cineasta e pintor germano-americano. Ele fez mais de 50 curtas animados, e pintou cerca de 800 telas, muitas das quais estão em museus, galerias e coleção ao redor do mundo. Entre seus filmes estão Motion Painting No. 1 (1947), que é atualmente listado na National Film Registry  da Biblioteca do Congresso dos Estados Unidos”.

O texto da enciclopédia online afirma que “uma grande quantidade de informação imprecisa continua a ser publicada a respeito de Fischinger, em sua maioria tirada de fontes antigas, geralmente repetidas em bancos-de-dados online. Enquanto muita pesquisa recente foi arquivada, e novas informações e materiais estão disponíveis, muitos autores parecem continuar dependendo de alguns materiais mais antigos que contém imprecisões, por exemplo o ensaio dos anos 1970 Film Culture, de William Moritz, e Optische Poesie, de 1993.